Amor Sublime Amor - Resenha
- Joane Isabel
- 28 de jun. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de ago. de 2022
Adaptação do musical de 1957 e inspirado no romance trágico de Romeu e Julieta, Amor Sublime Amor explora o relacionamento proibido de Maria e Tony e a rivalidade entre Jets e Sharks, dois grupos de gangues com tradição étnica diferente.

No Upper West Side em Nova York duas gangues vivem em constante conflito, os Jets, grupo formado por jovens brancos e um tanto quanto arruaceiros e os Sharks jovens porto-riquenhos que foram ou estão na américa em busca de oportunidades, mas que também não levam desaforo para casa. A rivalidade entre esses grupos é antiga e a cada dia piora com as mudanças que acontecem no bairro. As coisas ficam mais sérias, quando Maria e Tony se conhecem, se apaixonam e consequentemente geram mais problemas, pois eles “pertencem” a gangues diferentes.
A paixão entre os dois é praticamente instantânea, a partir do momento em que trocam olhares, os dois percebem que são feitos um para o outro, apesar das circunstâncias dizerem o contrário. Maria que é interpretada pela Rachel Zegler e Tony pelo Ansel Elgort possuem bastante química e entregam um ótima performance como casal principal, além dos momentos musicais que são dignos de aplausos. E mesmo sendo o ponto principal, o enredo das gangues não fica para trás e deixa o filme ainda mais interessante, adicionando grande parte da carga dramática da história.
Adaptar uma peça teatral para a tela do cinema não é tarefa fácil, mas com o incrível Steven Spielberg responsável pela direção fica bem claro que o filme tinha tudo para ser bom, e ele é mesmo. Todas as escolhas que o diretor fez para o filme são certeiras e mostra que ele tinha tudo bem pensado para fazer dessa nova versão de Amor Sublime Amor um grande sucesso. Os outros aspectos do filme também são uma maravilha de assistir, as coreografias foram bem feitas e conduzidas tornando o filme impecável nesse quesito.
A grande história de Amor Sublime Amor pode ser sobre Maria e Tony, mas os outros personagens que orbitam entre eles roubam completamente a cena, a Ariana Debose que interpreta a Anita está deslumbrante nesse filme, e todas as cenas que ela está são de arrepiar e ficar de boca a aberta com tanto talento que ela esbanja. Outra pessoa que me impressionou é o Mike Faist, que faz o Riff, esse personagem me fez sentir tantas coisas ao mesmo tempo que é quase impossível descrever minha admiração pelo trabalho dele, digo apenas que seu talento na dança e na música é perfeito.
É possível dizer que esse filme faz um ótimo trabalho em adaptar uma peça tão famosa e com questões tão específicas, mas que se fazem tão atemporal, pois é chocante pensar que uma história criada em 1957 ainda seja atual. A rixa entre as gangues do bairro West Side parece ser antiga, mas representa problemas que enfrentamos ainda nos dias atuais.
Porém pequenos momentos do romance entre o casal principal me incomodou um pouco, pois por mais que seja inspirado em Romeu e Julieta pode parecer um pouco ultrapassado, talvez por escolhas de roteiro alguns momentos não se encaixam tão bem quando pensamos nos romances atuais, só apenas se estamos vendo com os olhos voltados para 1957. Apenas esse detalhe me fez desconectar do filme, mas todo o resto é tão bem apresentado e desenvolvido que não poderia dizer que não gostei do filme. Eu amei.
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